Entrevista com Li Mendi
Quando eu leio qualquer livro ou revista fico pensando na pessoa que escreveu aquilo, o que ela faz da vida, seus sonhos ... É, não pense que sou louca, tá? Porque eu não sou, só tenho curiosidade.
Foi pensando nisso que fiz umas perguntinhas a uma das escritoras mais fofas do Brasil (Li Mendi); ela respondeu rapidinho e vou compartilhar com vocês..
1- Como surgiu sua paixão pelo universo literário?
Escrevo livros acho que desde os quatorze. Na época, não havia internet, nem blogs. Todas as estórias ficavam registradas em cadernos, que se perderam nas mudanças. Depois, a praticidade do Word me fez esquecer a letra bonita e comecei a imprimir e encadernar os livros. Os amigos curtiam e o ciclo era pequeno de leitores. Mas, felizmente, a internet lá por 2000, me trouxe um mundo de gente pra conhecer meus romances. É assustador ver mais de 10 mil visitas em um livro e mil downloads de outro... O processo solitário agora é dividido com centenas de pessoas.
Até eu terminar a faculdade de jornalismo, havia horas a fio pra gastar teclando. Depois, veio a faculdade de publicidade, a pós-graduação, o trabalho frenético como publicitária e pronto, me peguei com saudade de escrever. Nesse meio tempo, quero dizer, nesse zero tempo, consegui fazer o meu primeiro lançamento impresso: O amor está no quarto ao lado. Em 2012, veio "A verdadeira Bela" e estou muito feliz em ser autora da editora Highlands, onde já publiquei também Coração de Pelúcia e Alma Gêmea por Acaso. Agora, estou escrevendo um hot O Mestre do Amor.
Escrever sempre foi meu prazer, minha paixão, realização, tudo. O fascínio pelo mundo da fantasia se deu já nos primeiros anos de vida. Meus sonos eram embalados pelas incríveis aventuras narradas por meu pai, um excelente contador de fábulas.
Comecei com um pequeno projeto aqui na net, chamado Cada Casa um Caso. Era um hobby produzi-lo. As pessoas gostaram tanto e comentavam mensagens de incentivos que decidi continuar. Hoje, tenho vários livros disponíveis no meu site abertos e os leitores se reúnem em um grupo do Facebook para discuti-los. Os fóruns são acalorados e muito divertidos. Rio demais com as tiradas, fotos e debates.
Na última Bienal do RJ, encontrei muitos fãs que me abraçaram com carinho e contaram sobre a emoção de me ver e pegar o meu autógrafo. Isso é tão gratificante. São eles que me dão força pra continuar todas as madrugadas à dentro.
2- Qual seu livro favorito?
O retorno e Eterno do Rubem Alves de crônicas.
3- É possível descrever a sensação de ver seu livro pronto e sendo elogiado por alguém?
A sensação que sinto é que estão falando de outra pessoa, que não sou eu. Isso porque quem elogia deve me achar demais por algum motivo e eu fico meio tímida e pensando que não sou tudo isso... Não é algo que sobe a minha cabeça. O contrário que é difícil de enfrentar. Porque você dá o sangue para tocar o projeto de um livro e vem alguém sem nem ter lido direito dizer um monte de críticas que nem tem muito fundamento, não são construtivas. Eu respeito quando alguém coloca que sentiu falta de algo e que se tivesse tal recurso ficaria ainda mais interessante. Ou seja, alguém pensante, um real leitor sabe como te acrescentar. Pra diminuir tem um monte de gente por aí. Então, eu ignoro. O que não quer dizer que eu não sinta. E o mais difícil é continuar depois de sentir.
4- Você já pensou em desistir de escrever?
Muitas vezes por alguns segundos. Acho que não chega a 30 segundos. Ai penso: ok, você nunca mais vai criar nada? Ai a resposta é clara: eu amo criar e parar é quase como me amordaçar. Ok, não penso em parar nos próximos meses. Ai vem os 30 segundos, me toco e continuo. As barreiras são muitas. Uma delas é o tempo dedicado. Porque eu trabalho em outro emprego e preciso encaixar a criação em horas vagas. Mas, horas vagas também são feitas para relaxar...
Comecei a receber centenas de mensagens de pessoas desconhecidas para responder. Isso requer tempo e carinho.
Mas, essa "quantidade" de milhares de fãs significa números lá no topo da fanpage. Números não compram livros e não mandam "parabéns pelo livro que li". Na maioria, as pessoas só querem baixar, ler e nunca vão interagir com o autor. Logo, 15% disso realmente é seu fã. O resto é número. Por isso, não encho o peito, nem fico orgulhosa com nada disso como se fosse uma garota metida.
O que muda minha vida são pessoas e as histórias delas particularmente. No fim do ano passado, recebi um email de uma leitora que havia descoberto uma doença grave e estava muito triste. Eu fiquei ali de coração na mão, olhando pra tela, me imaginando no lugar dela... Então, ela me disse que leu "Coração de Pelúcia" e que o livro a ensinou muito e que quando ela lê meus livros, esquece a dor, o destino e sorri.
Eu chorei como ela nem imagina. Isso sim é o valor de um trabalho. Não x mil seguidores numa rede social.
Sabe o que me move? Não é escrever história pra 8 mil pessoas do meu Facebook. É escrever pra alguém em algum lugar sorrir e esquecer seu problema.
Eu recebo um volume de mensagem via face, instagram, email e outras redes tão grande que não conseguem imaginar. Eu leio todos e respondo absolutamente todos. Só que preciso ser muito organizada para ter tempo para tudo, então, paro um dia na semana e faço isso. Dou todo o meu carinho. Porque eles são para mim alguém que levam um pedaço do meu coração para sempre.
Lido super tranquilamente, nada aumenta minha vaidade, nada mesmo. Continuo andando por aí de chinelo, livro de braço do braço, anonimamente sem qualquer superioridade na alma. Pelo contrário, eu acho que estou muito aquém do que esperam de mim.
5- Como consegue conciliar sua vida profissional, pessoal e ainda ter tempo para escrever?
Organização: tenho uma agenda rígida para trabalho, outra para coisas pessoais e outra para autora. Nelas, não há só uma lista sequencial. Coloco o que é urgente (pra essa semana); importante (para o mês) e estratégicas (para o ano). Com essa separação, consigo saber como priorizar. Nem tudo que é importante é urgente. Como classificar? Vejo qual é o impacto para minha marca e meu leitor. Se for algo mais relevante para ele, vai primeiro. Agora, se for um evento, ai tem a ver com a data dele propriamente.
Eu estava pecando em não deixar um tempo para o ócio. Já ajustei isso no último mês e peguei uma pilha imensa de livros comprados para ler. Coloco fones de ouvido, deito na minha cama e me dou ao direito de relaxar. Ou fico na academia batendo papo com pessoas novas que conheço sobre assuntos diversos sem pressa. Preciso ver outros assuntos, conhecer gente nova para voltar mais criativa.
A outra dica é não seja perfeita. Quer fazer um vídeo de 30 minutos super editado com a melhor luz, câmera, maquiagem etc? Pode ser que faça um por ano. Às vezes, o que está ao alcance é fazer um de 15 segundos no celular para o Instagram. O importante é não perder a oportunidade por se cobrar um limite de qualidade que seu tempo não permite. Claro, se é tosco e não acrescenta a ninguém, não faça. Fique mudo.
O ótimo é inimigo do bom. Quando repetir essa frase várias vezes para si mesma, vai notar que começará mais e mais tarefas rapidamente sem o sentimento de “não vai dar tempo pra ficar como quero”.
Abra mão e se desapegue. Não há como estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Alguns amigos ficarão sim chateados com suas negativas e umas boas festas serão perdidas. Mas, o dia que trabalhar intensamente para aproveitar bem o tempo, não vai perder mais os eventos porque está “enrolada em ser perfeita”.
Controle o excesso de sociabilidade. Essa eu aprendi com uma psicóloga em um curso de gestão do tempo. Sabe aquelas pessoas que chegam ao trabalho, ficam passando de baia em baia batendo papo, tomando café com todos etc até começar a ligar o PC? Então, um bom sorriso e bom dia agradável são suficientes. Tenha foco, abra sua agenda e comece a trabalhar com afinco. Tire o almoço que é seu tempo livre para se sociabilizar.
Tenha um bloco de papel ou no celular para anotar suas tarefas, coloque alarmes e postits, mas, não deixe de registrar. Isso te tranquiliza de que está organizada e planejada e seu cérebro não fica no inconsciente te cobrando e dando aquele cansaço inexplicável.
Durma e durma. Eu desvalorizei isso por muito tempo. Mas, hoje, eu deito as 22:30 e digo pra ninguém ligar a luz e não se alongar em conversas porque eu vou DORMIR. Qualquer atividade é antes e isso é lei. Se você tem filho, crie outro tempo, outras regras, mas se você realmente for rígida vai garantir o mínimo de descanso. Como rendi mais acordando muito cedo e vindo trabalhar já no começo do expediente. Não sou uma pessoa que rende bem de manhã, mas, é a vida, não temos tudo que queremos. Se preciso vir a empresa, não posso estar uma zumbi.
Sono precisa ter qualidade. MALHE. Corra na rua, faça exercícios com vídeos do Youtube, sei lá, pule corda em casa. Se mexa porque ficará mais disposto e mais acelerado.
Vital: medite. Tenha um tempo só pra música e silêncio. Aumenta absurdamente o foco. Faz com que não pare tarefas e se abstraia de conversas.
Aprendi tudo isso com o tempo e me ajudou a ser muito mais produtiva.
6- Quando criança, qual profissão você queria exercer?
Jornalista. Mas, trabalhei por um tempo e não curti tanto como sonhava. Às vezes, sonhamos com variáveis e em um mundo que só há na nossa cabeça. Então, comecei a estudar publicidade e tive minha segunda formação, na qual trabalho e sou muito feliz. Mas, se eu pudesse, viveria só como escritora. Posso sonhar?
Gostaram? Porque eu amei!
Beijos Li, obrigada pela atenção. Sucesso!!
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Postado por Unknown
Pedagoga, casada, flamenguista, fã da Barbie, mãe do Bombril, viciada em filmes, livros e séries.
4 comentários
Eu já li A Verdadeira Bela, adorei.
ResponderExcluiré lindoooo.
ExcluirA Li se assemelha a Paula Pimenta, sou fã das duas
ResponderExcluirSabe q tmb achei ?
ExcluirVolte sempre!
Abraços