Entrevista: Francine Camargo
Olá gente, hoje vou compartilhar com vocês uma entrevista com a Francine Camargo, autora do livro Mãos livres, que será resenhado por aqui em breve.
1- Fale sobre você.
Sou meio de lua, em faces de lua, mas gosto mesmo de ser lua nova, escondida, lua velha, promessa do novo. Nesse meu constante ciclo, costumo ser um pouco de tudo que quero ser: mãe, esposa, médica, blogueira, escritora. Esqueço da vida por um bom papo, gosto de histórias, de gente que se importa, gente que se expõe, embora eu mesma tenha um pouco ainda essa dificuldade em fazê-lo.
2- Onde você busca inspiração para escrever?
Puxa, costumo dizer que qualquer coisa pode me inspirar, uma borboleta que passa, uma pedra em que tropeço, um "por quê", uma ausência, uma lembrança, um desejo, uma música, um sorriso. Às vezes, estou assim, meio sem lá ou cá, e vem aquela vontade inadiável de sentar para escrever, e assim surge...mas, de uma forma geral, resumiria da seguinte forma: o que me dá vontade de escrever é a paixão que algo me causa.
3- Como surgiu a ideia de publicar Mãos Livres?
O livro surgiu de um sonho antigo de ser escritora, ao qual me dediquei profundamente no último ano. Escrevo desde muito tempo, mas não acreditava em mim, morria de medo da rejeição, da exposição...então, levei anos para trabalhar essa questão. Experimentei o blog e, aos poucos, surgiu a vontade de ousar um pouquinho; compilei os textos de que gostava mais e busquei uma editora. O nome "Mãos livres" é uma das crônicas desse livro, em que surge essa ideia de liberdade, de mãos desguarnecidas, de fazer diferente.
4- Planos para o futuro?
Sim, planos, sonhos, sempre, sempre, sempre! No momento, trabalhando na divulgação de "Mãos livres", vamos ver como será a aceitação do público, mas já tenho no forninho duas outras obras e o essencial, continuar escrevendo e escrevendo, enquanto me couber de palavras, enquanto o silêncio me gritar.
Vou deixar uma prévia pra vocês, leiam o conto Aquela tal felicidade que a Francine escreveu em seu blog:
Hoje uma mocinha chamada Felicidade me surgiu, sorriu seu sorriso mais airoso e sumiu. Procurei por ela no restante do dia e nada de esbarrar com sua sombra, eu que a queria tanto tanto para mim. Ela veio travessa a me espreitar, mendigando algum entusiasmo de minha parte, mas nesse intervalo de duração, estava eu tão árido, vozeado de loucura e furor sem zelo, que me deixei ficar, deixei ela me olhar, deixei que ela partisse, em sua lida incompleta, na ponta dos pés, para ruído algum espalhar.
E agora estou a olhar o céu grisalho, nessa tarde oca, e me pergunto onde será que está esse rasgo ardido que teima em morar dentro de mim. Ah, que tolice a minha! Bem que essa tal Felicidade podia ter levado, em sua súbita visitinha, essa dorzinha repetida que insiste em me queimar, decerto muito me aquietaria.
Mas, não vi, não senti, nem me afetei de sua presença. Por isso ela se riu de mim, como alguém haveria de não sentir necessidade dela? Como alguém haveria de não convidá-la a entrar em sua casa? Pois eu me ceguei, sequer me impeli do sofá para dizer bom dia, muito menos pegar na mão, servir um café. Quando soube do que se tratava, ela já descansava a imagem só na memória e nem fui atrás.
Fico aqui torcendo para que volte, para que sinta uma ânsia de por aqui passar e deixar-se ficar, tempinho a mais, suficiente para me colocar um bocado de luz na mesa, um pinguinho de som nas paredes e pulsar um amor no coração, acanhado que seja. Dessa vez, sem desleixo: abrirei bem os olhos e deixarei as mãos estendidas. Enquanto isso, permaneço aqui sentado, pronto para raiar. Mas só depois que ela chegar.
Abraços!
Postado por Unknown
Pedagoga, casada, flamenguista, fã da Barbie, mãe do Bombril, viciada em filmes, livros e séries.
13 comentários
Olá,
ResponderExcluirNão conhecia a autora e sua obra, mas fiquei tão curiosa para conhecer. Gostei das respostas dela, lindas, inspiradoras e ela parece ser tão otimista, faz bem conviver com pessoas assim. Volto em breve para ver a resenha do livro e já vou incluí-lo na minha lista.
Abraços
colecoes-literarias.blogspot.com.br
Que bom! <3
ExcluirAdorei o conto, vou dá uma passada lá no blog.
ResponderExcluirabraços
o/
ExcluirOi, não conhecia a autora, mas fiquei encantada com as suas respostas
ResponderExcluirtão poética, rsrs
bjs
Voltarei aqui para ler a resenha do livro flá. xero
ResponderExcluirObrigada Ricardo! <3
ExcluirOi, eu não conhecia a autora, mas adorei a entrevista. Adorei o conto também e fiquei curiosa em ler mais textos dela. As respostas dela estão incríveis.
ResponderExcluirBeijos,Fer
<3
ExcluirFlávia! Ficou lindo o post, realmente você me deixou muito feliz e emocionada, viu?
ResponderExcluirObrigada, obrigada, obrigada!
Beijão
Fran
que bom! <3
Excluirbjos
"O que me motiva a escrever é a paixão que algo me causa"... Cara! É bem assim!... A inspiração vem de tudo, desde que o 'tudo' nos mostre sua faceta mais incrível! Adorei as respostas da autora! Não a conhecia e nem a sua obra, mas achei bacana a premissa. E adorei o conto! Que venha a resenha! bjs e sucesso!
ResponderExcluir<3
ExcluirVolte sempre!
Abraços